Nefrostar • Postado em: 01/11/2023
Qual a relação entre o câncer de próstata e a doença renal?
O câncer de próstata e a doença têm relação? Descubra quais pontos ficar atento sobre essas duas doenças e saiba como se prevenir.
O mês de novembro é conhecido pela prevenção ao câncer de próstata, principalmente porque esse é um dos tipos de câncer que mais acomete os homens brasileiros.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a cada ano são esperados 72 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil. São esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.
Entender a relação entre essas duas patologias é essencial para garantir que os cuidados preventivos sejam tomados.
Mas, antes de tudo isso, é preciso conhecer melhor o que exatamente é o câncer de próstata.
- O que é a próstata?
- Por que o câncer se desenvolve nela?
- Quais sintomas estão ligados ao câncer de próstata?
- O câncer de próstata e a doença renal
- Como os rins são impactados pelo câncer de próstata
- Como se prevenir do câncer de próstata e da DRC?
O que é próstata?
De forma bem direta, a próstata é a responsável por produzir e armazenar o líquido prostático, que junto com o líquido seminal produzido pelas vesículas seminais e os espermatozóides produzidos nos testículos, formam o sêmen.
A próstata é uma glândula que fica no interior da pélvis e faz parte do sistema reprodutor masculino. Fica localizada à frente do reto, encostada na base da bexiga, por onde é armazenada a urina.
Embora seja uma glândula minúscula, com o passar dos anos é possível que essa pequena parte do corpo gera vários problemas que comprometem diretamente a qualidade de vida dos homens mais velhos.
Por que o câncer se desenvolve nela?
O câncer é uma doença conhecida por produzir exageradamente células no organismo que, em excesso, podem se tornar um câncer, como acontece no câncer de mama. No caso da próstata, essas células se multiplicam anormalmente e formam o tumor.
É importante mencionar que, ao longo dos anos, essa glândula cresce gradativamente e de forma imperceptível, por isso é tão importante fazer os exames preventivos a partir dos 50 anos, quando não há nenhum histórico familiar da doença, ou aos 40 quando já existem casos de pacientes com câncer de próstata na sua família.
Mas, o que exatamente “favorece” o desenvolvimento da doença? É o que você vai entender no próximo tópico.
Quais fatores de risco estão ligados ao câncer de próstata?
Como você já leu mais acima, existem fatores de risco relacionados ao câncer de próstata que estão ligados à genética, casos de câncer na família, principalmente em parentes próximos, como avós e pais, mas esses não são os únicos.
A idade é um fator crucial para os pacientes que possuem qualquer fator de risco, isso porque tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos.
Além desses fatores, o câncer de próstata também pode acometer pacientes que tenham obesidade e sobrepeso aumentam o risco de desenvolver a doença.
Pessoas fumantes também estão propensas a desenvolver a doença, além de todos os outros males que o cigarro pode causar ao corpo. Isso porque o cigarro piora o prognóstico desses pacientes ao longo dos anos.
Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
A etnia, por mais inacreditável que pareça, é um fator de risco para o câncer de próstata. Os afrodescendentes têm o organismo mais sensível à ação da testosterona, o que favorece o surgimento desse câncer.
E o que tudo isso tem a ver com a doença renal crônica e porque é tão importante para os homens saber essas informações?
O câncer de próstata e a doença renal
A relação entre o câncer de próstata e a doença renal pode ser complexa e multifacetada, e é importante destacar que nem todo paciente com câncer de próstata desenvolverá uma doença renal. No entanto, existem algumas maneiras pelas quais essas condições podem estar relacionadas:
- Efeitos de Tratamentos
- Metástase para os rins
- Efeito da Idade
- Medicamentos e Tratamentos
É importante que os pacientes com câncer de próstata sejam acompanhados por uma equipe médica especializada, incluindo um nefrologista, especialmente se tiverem fatores de risco para doença renal. O acompanhamento regular e a gestão cuidadosa das condições pode ajudar a minimizar os impactos negativos na saúde renal.
Lembrando que a relação entre o câncer de próstata e a doença renal é complexa e varia de paciente para paciente. Cada caso deve ser avaliado individualmente para determinar a melhor abordagem de tratamento e gerenciamento da saúde.
Como os rins são impactados pelo câncer de próstata
E quais são, exatamente, os impactos causados pelo câncer de próstata para os rins de um paciente?
Em cada etapa do tratamento do câncer existem pontos que podem mudar a saúde dos seus rins, seja por conta da medicação ou simplesmente devido à doença, por isso é necessário que você entenda no detalhe o que cada coisa causa.
Efeitos de Tratamentos: Alguns tratamentos para o câncer de próstata, como a terapia hormonal, podem aumentar o risco de doença renal. Isso ocorre porque esses tratamentos podem causar desequilíbrios hormonais que afetam a função renal.
Metástase para os rins: Em casos avançados de câncer de próstata, pode ocorrer uma metástase da doença para os rins, ou que pode afetar diretamente a função renal. Isso ocorre quando as células cancerígenas da próstata se espalham para os rins, comprometendo sua capacidade de filtrar o sangue.
Efeito da Idade: Tanto o câncer de próstata quanto a doença renal são mais comuns em homens mais velhos. A idade é um fator de risco comum para ambas as condições, e muitos homens idosos podem enfrentar desafios relacionados à saúde renal devido à idade, independentemente do câncer de próstata.
Medicamentos e Tratamentos: Alguns medicamentos usados no tratamento do câncer de próstata podem depender dos enxágues. Além disso, a administração de contraste em exames médicos, como a tomografia computadorizada, muitas vezes é necessária para o acompanhamento do câncer de próstata e pode impactar temporariamente a função renal.
Comorbidades Comuns: Ambas as condições têm fatores de risco comuns, como hipertensão arterial e diabetes. Estas condições podem sobrecarregar os enxaguamentos e contribuir para problemas renais.
Como se prevenir do câncer de próstata?
A detecção precoce do câncer é uma estratégia utilizada para encontrar um tumor numa fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento bem sucedido.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença. No caso do câncer de próstata, esses exames são o toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do PSA (antígeno prostático específico).
O diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados no tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:
- Dificuldade de urinar;
- Diminuição do jato de urina;
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite;
- Sangue na urina.
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados.
E como é feito o tratamento do câncer de próstata?
De acordo com o Ministério da Saúde, para doença localizada (que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos), cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos.
Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados pelos oncologistas.
Para doença metastática (quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal nos hospitais.
A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.
E depois desses procedimentos para o tratamento, é essencial um cuidado no acompanhamento constante, que se dá pelas dosagens do antígeno prostático específico (PSA) em amostras de sangue a cada 3 ou 6 meses.