Entenda de uma vez o que é a terapia renal substitutiva

Nefrostar • Postado em: 06/12/2023

Entenda de uma vez o que é a terapia renal substitutiva

Saiba quais são os tipos de terapia renal substitutiva, como eles funcionam, quem deve fazer e quando.

O termo terapia renal substitutiva (TRS) compreende o conjunto de tratamentos possíveis para compensar as funções que os rins não conseguem mais desempenhar.

A principal atividade prejudicada pela insuficiência renal é a filtragem do sangue. É papel dos rins interceptar as toxinas e eliminá-las através da urina. Quando o rim é incapaz de filtrar o sangue devidamente, o paciente corre risco de intoxicação e precisa realizar a diálise ou transplante.

Neste artigo você vai entender quais são os tipos de terapia renal substitutiva, como elas funcionam e quando devem ser feitas.

Como funciona a terapia renal substitutiva e quem deve fazê-la?

A terapia renal substitutiva tem como objetivo suprir atividades dos rins, como a filtração do sangue, a regulação da retenção de líquidos e eletrólitos, além do controle da pressão sanguínea.

De modo geral, o tratamento dialítico consiste em retirar o sangue do paciente por meio de um acesso vascular (fístula ou cateter) e fazê-lo circular por uma máquina que faz a “limpeza”, como se fosse um rim artificial. Esse procedimento varia de acordo com a modalidade, como veremos a seguir no texto.

O médico nefrologista prescreve o tratamento, em geral, para pacientes cujo grau de acometimento das funções renais esteja muito elevado. Isso ocorre, principalmente, nos estágios 4 e 5 da doença renal crônica (DRC).

Os níveis da DRC são medidos por meio da Taxa de Filtração Glomerular (TFG), que indica o volume de sangue que o rim consegue filtrar. Rins saudáveis apresentam uma TFG entre 90 e 130 ml por minuto. Nos últimos estágios da DRC, esse índice fica abaixo dos 30 ml por minuto, momento em que a terapia renal substitutiva se torna necessária.

Além disso, em alguns casos de insuficiência renal aguda, sessões de diálise também podem ser recomendadas pelo nefrologista. Entretanto, estes são casos reversíveis, enquanto a doença renal crônica pode apenas ser contida, uma vez que não tem cura.

Quais os tipos de terapia renal substitutiva

A hemodiálise (HD) talvez seja a modalidade de terapia renal substitutiva mais conhecida. E é, certamente, a mais comum no Brasil.

De acordo com o Censo de Diálise 2021, levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), as sessões de hemodiálise são uma realidade para 92,5% dos pacientes que fazem algum tipo de tratamento dialítico no país.

Entretanto, ela não é a única. Abaixo você confere quais são os outros tipos de terapia renal substitutiva que podem suprir as funções renais.

Diálise peritoneal (DP)

A diálise peritoneal é uma das alternativas à hemodiálise convencional. O procedimento consiste na implantação de um cateter flexível na região abdominal do paciente, próximo ao umbigo.

A técnica recebe esse nome porque utiliza de forma auxiliar o peritônio — maior membrana do nosso corpo. Semipermeável e responsável pelo revestimento do abdômen, o peritônio é utilizado naturalmente para equilibrar água e solutos.

Por meio do cateter, é injetada uma solução de diálise para que ocorram trocas entre este líquido e o sangue, equilibrando as substâncias necessárias e, ao final, drenando as toxinas.

A Diálise Peritoneal pode ser feita manualmente, onde a reposição do líquido é mais constante, ou através de uma máquina, que costuma realizar a troca automaticamente durante o período noturno.

Uma das vantagens da diálise peritoneal é que, na maioria dos casos, ela pode ser feita em casa pelo próprio paciente ou por um familiar, desde que estejam devidamente treinados pela equipe médica, que também deve realizar uma supervisão periódica.

Hemodiafiltração (HDF)

Similar à hemodiálise convencional, a hemodiafiltração (HDF). também consiste na drenagem do sangue do paciente através de um acesso vascular para que ele seja filtrado externamente, dentro de uma máquina.

Porém, enquanto a hemodiálise trabalha pelo método de difusão, na HDF a filtragem é feita por difusão e convecção. A técnica convectiva consegue efetuar uma limpeza mais precisa do sangue. Nela, um alto volume de uma solução com água ultrapura é infusionado, gerando uma pressão que consegue eliminar moléculas muito maiores.

O resultado dessa limpeza minuciosa pode ser observado tanto a curto prazo, no relato dos pacientes que passam pelas sessões de HDF, quanto a longo prazo, nos estudos científicos que já comprovam a eficiência do método.

Um dos grandes benefícios da HDF é garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente renal. Iniciar a terapia renal substitutiva é um processo que requer adaptações de muitas naturezas por parte do paciente. As sessões de diálise ocorrem, na maioria dos casos, 3 vezes por semana, por aproximadamente 3 a 4 horas.

Por essa razão, reduzir os efeitos colaterais da diálise se traduz em bem-estar para o paciente e, em última instância, em uma adesão mais disciplinada e harmônica ao tratamento dialítico.

Fadiga, dor de cabeça, náusea e queda de pressão são alguns dos sintomas minimizados pela HDF, quando comparada aos demais métodos.

Além disso, estudos científicos já associam a HDF a menores riscos após um longo período de tratamento, também em comparação com outros tipos de terapia renal substitutiva.

Entre eles, estão: menor incidência de desmineralização óssea, desnutrição, amiloidose, insuficiência cardíaca e intercorrências entre sessões de diálise.

A Nefrostar acredita no cuidado integral e multidisciplinar do paciente renal, investindo todo o tempo e recursos na devolução da sua qualidade de vida. Por isso, nossas clínicas operam 100% no método da hemodiafiltração, inclusive com a possibilidade de realizá-la, também, de maneira domiciliar.

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Transplante renal

Por fim, outro método de substituição das funções renais é o próprio transplante por um órgão saudável retirado de um doador (que pode, inclusive, ser um doador em vida).

No Brasil, o número de doadores e a capacidade de transplantar em contraposição ao crescimento dos casos de DRC acaba gerando listas de espera nos estados. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, desde 2019 a estimativa de pacientes em lista de espera para transplante renal ultrapassa os 30 mil pacientes.

O transplante renal é recomendado principalmente para pacientes com a doença renal crônica (DRC) em último estágio e, de modo geral, o procedimento resulta em uma maior sobrevida ao longo dos anos seguintes.

Entretanto, a indicação da melhor terapia renal substitutiva deve ser individualizada, pois levará em consideração diversos aspectos.

Nefrologistas e demais profissionais responsáveis pelo cuidado do paciente precisam de exames como hemograma, imagem e urina, e devem levar em conta diversos fatores, como: as causas da DRC, demais patologias, idade do paciente renal, questões econômicas e sociais, capacidade de se submeter a um procedimento cirúrgico complexo, entre outros.

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